"[...] o Espiritismo abre para a Arte um campo novo, imenso e ainda não explorado. E quando o artista trabalhar com convicção, como trabalhavam os artistas cristãos, colherá nessa fonte as mais sublimes inspirações. [...] Tempo virá em que elas (as idéias espíritas), farão surgir obras magistrais, e a Arte Espírita terá os seus Rafael e seus Miguel Angelo (SIC), como a arte pagã teve seus Apeles e seus Fídias." (ALLAN KARDEC)

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ALGUNS PINTORES QUE TRABALHAM COM A MÉDIUM

O QUE MOTIVA PROFUNDAMENTE A CONTINUIDADE DE MEU TRABALHO É PODER DAR OPORTUNIDADE A IRMÃOS QUE POUCO A TIVERAM QUANDO ENCARNADOS. FICO SURPRESA E FELIZ AO CONHECER A HISTÓRIA DOS MEUS COMPANHEIROS DE JORNADA!

ANTHONY FLOWER
Anthony Flower (1792-1875) viveu e trabalhou na província de New Brunswick. Ele era um agricultor que estava interessado em arte e pintou toda a sua vida até que morreu. Flower recriava a vida que ele viu em torno dele em New Brunswick , mas após sua morte poucas pessoas se lembravam dele ou da sua arte, exceto seus descendentes.

ARTHUR TIMÓTEO DA COSTA
Arthur Timótheo da Costa foi um dos mais destacados pintores da cena artística brasileira nas duas décadas inicias do século passado. Sua vida e obra todavia continuam pouco estudadas, como aliás a da maioria dos artistas de sua geração, aquela que realiza, no Rio de Janeiro, a passagem entre a tradição acadêmica da Escola Nacional de Belas Artes (ENBA) e as primeiras correntes modernistas. Negro, de origem humilde como a maioria dos pintores de seu tempo, não faltaram obstáculos e adversidades a Arthur Timótheo durante a sua curta vida. Ainda muito novo, começou sua atividade artística nos cursos de gravação e desenho de moedas e selos da Casa da Moeda do Rio de Janeiro então sobre a direção de Enes de Souza que, segundo declarações do irmão de Arthur, o também pintor João Timótheo da Costa, era um verdadeiro mecenas e protetor dos jovens artistas da época. Enes, mantendo Arthur na folha de pagamento, permitia-lhe simultaneamente freqüentar a ENBA onde ele estudou com mestres como Zeferino da Costa, Rodolpho Amoêdo e Henrique Bernardelli. Ainda nesses princípios de carreira, Arthur trabalhou como ajudante do cenógrafo italiano Oreste Coliva. A prolongada atividade como pintor de arte para o teatro deixaria marcas profundas na técnica de Arthur Timótheo e é especialmente perceptível na fatura ágil e aparentemente improvisada de muitas de suas obras.Em 1907, com a movimentada tela Antes do Aleluia, hoje pertencente ao acervo do Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro, Arthur Timótheo ganhou o prêmio de Viagem à Europa na Exposição Geral de Belas Artes, então o mais importante certame artístico brasileiro. Ele fixou-se em Paris para estudar e aperfeiçoar-se, não deixando de percorrer outros países europeus como a Itália e a Espanha. Em 1911, realizou junto com seu irmão João e outros artistas de sua geração a decoração do Pavilhão Brasileiro da Feira Internacional de Turim. De volta ao Brasil e durante toda a década de 1910, Arthur Timótheo desenvolveu intensa atividade artística, expondo freqüentemente nas Exposições Gerais, participando de entidades artísticas independentes como a Juventas (depois Sociedade Brasileira de Belas Artes) e estabelecendo-se como renomado pintor e decorador. Em inícios dos anos 1920, todavia, sua personalidade entrou em um rápido processo de deterioração e ele teve que ser internado no Hospício de Alienados do Rio de Janeiro onde veio a morrer em 1923, com apenas 41 anos, sem ter tido o tempo de desenvolver todo seu potencial artístico.A maioria dos críticos procura vincular o estilo de Arthur Timótheo, ousado e distante do tratamento usualmente identificado com a arte acadêmica brasileira mais “ortodoxa”, diretamente à herança impressionista francesa. Um olhar mais atento à sua variada obra revela, entretanto, um espírito verdadeiramente eclético e influências que mergulham ainda mais remotamente no passado. São flagrantes, por exemplo, suas afinidades com os mestres seiscentistas, presentes no tratamento espontâneo da pincelada e da fatura, bem como nos freqüentes e acentuados contrastes de claro-escuro que recordam Rembrandt, Frans Hals ou Rubens - mestres cujas obras Arthur chegou a copiar quando de sua estadia na Europa [cf. Imagem]. Mas, ao mesmo tempo que está firmemente ancorada no passado, a pintura de Arthur Timótheo aponta para o futuro. Ainda que sua influência direta tenha sido presumivelmente restrita, podemos reconhecer em sua obra objetivos expressivos que se afinizam com aquilo que é hoje reconhecido como o que de mais moderno produziu a arte brasileira. Especialmente suas paisagens do final da vida [cf. Imagens], onde o tratamento livre e sintético das manchas de cor é sobreposto por um grafismo vigoroso e dotado de uma autonomia quase absoluta, mantêm proximidades com a obra que décadas depois realizariam pintores como Pancetti e Iberê Camargo, e mesmo os abstracionistas informais da década de 1950. Cremos que é por isso, tanto quanto pela inventividade intrínseca de sua obra, que Arthur Timótheo merece ser sempre lembrado como um dos mais fecundos e originais renovadores da pintura brasileira.

HENRY DE TOULOUSE-LAUTREC
Nascido na nobreza francesa, possuía uma linha de ancestrais de nomes aristocráticos. Seu pai era o Conde Alphonse de Toulouse-Lautrec-Monfa, Alf para os amigos, e sua mãe Adéle Tapié de Céleyran. Queriam seus pais que o filho seguisse com esmero o mesmo caminho nobre de toda a sua família, tanto materna quanto paterna. Toulouse-Lautrec sofria de uma doença desconhecida em sua época. Certamente uma distrofia poli-hipofisária, ou seja, um desenvolvimento insuficiente de certos tecidos ósseos. Sofreu dois acidentes em sua juventude e acaba fraturando o fêmur esquerdo (aos doze anos) e direito (aos quatorze anos) respectivamente. Os ossos mal soldados param de crescer e fazem com que Henri não ultrapasse a altura de 1,52 m, tornando-o um homem com corpo de adulto mas com pernas curtas de menino.Porém, o jovem não se deixava abater por tal infortúnio. Em seus longos períodos de cama, Toulouse-Lautrec fazia desenhos e pintava aquarelas, abrindo espaço para seu incrível talento que ainda se desfraldaria. Aos dezesseis anos, foi estudar pintura com Léon Bonnat, professor rígido que não o agradava. Logo depois foi estudar com Fernand Cormon, cujo estúdio ficava nas ladeiras suburbanas de Montmartre, em Paris. É lá que Lautrec descobriu a inspiração que lhe faltava. Mudou-se para aquele bairro de má fama e encontrou seu lugar entre trabalhadores, prostitutas e artistas de caráter duvidoso. Começava sua nova vida.Frequentador assíduo do Moulin Rouge e outros cabarés, o pequeno nobre acaba se acomodando muito bem naquele ambiente tão estranho que seus pais nunca aceitaram em ter o filho. O tema principal das pinturas de Toulouse-Lautrec era a vida boêmia parisiense, que ele representava através de um desenho que lembra a espontaneidade do desenho satírico de Honoré Daumier, e uma composição dinâmica que poderia ter sido influenciada pela fotografia e as gravuras japonesas, dois fatores de grande importância cultural no fim do século XIX. Era atraído por Montmartre, uma área de Paris famosa pela boemia e por ser antro de artistas, escritores, filósofos. Escondido no coração de Montmartre estava o jardim de Pere Foret onde Toulouse-Lautrec pintou uma série de óleos sobre tela ao ar livre de Carmen Gaudin (a modelo ruiva que aparece no quadro "A Lavadeira" de 1888). Quando o cabaré Moulin Rouge abriu as portas ali perto, Toulouse-Lautrec foi contratado para fazer cartazes. Posteriormente ele passou a ter assento cativo no cabaré, onde suas pinturas eram expostas. Nos muitos conhecidos trabalhos que ele fez para o Moulin Rouge e outras casas noturnas parisienses estão retratadas a cantora Yvette Guilbert, a dançarina Louise Weber, mais conhecida como a louca e cativante La Goulue("A Gulosa"), a qual criou o cancan francês, e também a mais discreta dançarina Jane Avril.Testemunha da vida noturna de Montmartre, Henri não apenas faz pinturas, como também cartazes promocionais dos cabarés e teatros, fazendo-se presente na revolução da publicidade do século XIX, onde a arte deixa de ser patrocinada e financiada apenas pela Igreja e os nobres, para ser comprada e utilizada pelo comércio crescente gerado pela revolução industrial. O cartaz litográfico colorido é uma nova ferramenta de divulgação de locais de lazer parisienses. Trilhando o caminho de Jules Chéret, assim como Alfons Mucha, Toulouse-Lautrec revolucionou o design gráfico dos cartazes, definindo o estilo que seria conhecido como Art Nouveau. O dom artístico de Lautrec é bastante reconhecido, tanto pelos seus amigos da classe baixa quanto por críticos de arte. Participa do Salão dos Independentes em Paris, da exposição dos Vinte e das galerias de Boussod e Valadin. Sua habilidade em capturar as pessoas em seu ambiente de trabalho, com a cor e o movimento da pululante e opulenta vida noturna porém sem o glamour. Usava muito vermelho, em geral de maneira contrastante, usava o cabelo cor de laranja e a cor verde limão para traduzir a atmosfera elétrica da vida noturna. Era um mestre do contorno, podia retratar cenas de grupos de pessoas onde cada pessoa é individual (e na época podia ser identificada apenas pela silhueta). Frequentemente ele aplicava a tinta em uma estreita e longilinea pincelada, deixando a base (papel, tela) ou o contorno aparecer. Sua pintura é gráfica por natureza, nunca encobria por completo o traço forte do desenho. O contorno simples era a "marca registrada" de Lautrec desde o início da carreira como designer de cartazes. Não pintava sombras. Sua pinturas sempre incluiam pessoas (um grupo ou um indivíduo) e não gostava de pintar paisagens.O papel usado para os cartazes frequentemente era amarelo. Apesar da litografia cheia de cores de seu tempo poder acomodar dezenas de cores em um só cartaz, Lautrec geralmente escolhia apenas 4 ou 5, as vezes 6, raramente 6 cores. Ao invés de usar uma multiplicidade de cores, Henri preferiu criar seus efeitos com justaposições e modulações delicados.
Em 1899, a vida desregrada e o excesso de álcool finalmente cobram seu preço do artista. Lautrec sofre de crises e é internado numa clínica psiquiátrica. Ao sair é constantemente vigiado para que não beba e não volte a frequentar os bordéis, vigilância que ele consegue burlar. Sua saúde vai-se deteriorando cada vez mais, até que em 1901 não é mais capaz de viver sozinho. Henri despede-se de Paris com a certeza de que está com os dias contados. Sofre ataques de paralisia e quase não consegue mais pintar.Em 9 de Setembro de 1901, Henri de Toulouse-Lautrec morre nos braços de sua mãe, no Castelo de Malromé, perto de Bordeaux, às duas horas e quinze minutos da manhã.Estima-se que Lautrec tenha pintado mais de 1000 quadros a óleo (737 estão catalogados), feito mais de 5000 desenhos (275 aquarelas, 5084 desenhos catalogados) e por volta de 363 gravuras e cartazes.Seu trabalho pode ser dividido em períodos: pinturas e desenhos até 1888, entre 1888 e 1892, entre 1893 e 1896.

SÉRAPHINE LOUIS
Séraphine Louis nasceu em Arsy (Oise) em 03 de setembro de 1864. Seu pai era um trabalhador braçal e sua mãe uma trabalhadora de uma fazenda. Sua mãe morreu em seu primeiro aniversário e seu pai morreu antes de seus sete anos. Séraphine trabalhou como pastora e em 1881 foi contratada como empregada doméstica no convento da Irmãs da Providência em Clermont (Oise). Em 1901 foi contratada como governanta para famílias de classe média na cidade de Senlis. Juntamente com seu trabalho árduo dário, Séraphine pintava à luz de velas, em segredo, até que seu trabalho foi descoberto em 1912 pelo colecionador de arte alemão Wilhelm Uhde: Uhde viu uma natureza-morta de maçãs na casa de seu vizinho e ficou surpreso ao saber que de Séraphine, sua faxineira. Wilhelm Uhde mal tinha começado a levantar-lhe os horizontes quando foi forçado a deixar a França em agosto de 1914, pois a guerra entre França e Alemanha tinham feito dele um estranho indesejável em Senlis, tanto quanto foi Séraphine, dada sua personalidade excêntrica. Eles só restabeleceram contato em 1927 quando Uhde,de volta à França,visitou uma exposição de artistas locais em Senlis e, vendo o trabalho de Séraphine , percebeu que ela havia sobrevivido e sua arte tinha florescido. Sob o patrocínio de Uhde, Séraphine começou a pintar grandes telas, tão grandes como dois metros de altura, e ela alcançou proeminência como pintora naïf. Em 1929, Uhde organizou uma exposição, " Pintores do Sagrado Coração ", que contou com a arte de Séraphine, lançando-a em um período de sucesso financeiro, que ela nunca havia conhecido - e estava mal preparada para administrar. Então, em 1930, com os efeitos da Grande Depressão destruindo as finanças de seus patronos, Uhde não tinha escolha senão parar de comprar seus quadros. Em 1932, foi Séraphine foi diagnosticada com "psicose crônica", e foi para a enfermaria psiquiátrica de um hospital geriátrico em Clermont, onde seu talento não encontrou saída. Embora Uhde relatou que ela tinha morrido em 1934, Séraphine realmente viveu até 1942 em um anexo ao hospital Villers -sous- Erquery, onde morreu sozinha e sem amigos. Ela foi enterrada numa vala comum .